Pato Sonhador

Crónica n.º 1

A partida

Patos em cima

Crespo em baixo!

O dia acordou muito cedo, para quase todos os passageiros do suposto autocarro alugado à empresa transportadora do Sr. Crespo, que de todas fora a que fizera um orçamento mais acessível, para esta visita de estudo ao Porto, tão acessível que nunca chegou.

Os passageiros começaram a chegar às 7.30 horas da manhã, como combinado, ainda o dia se levantava meio envergonhado e molhado.

As mochilas vinham arranjadinhas e alguns pais é que as transportavam. Ninguém sabia se era para evitar o esforço dos filhos ou se sería vontade de também embarcarem nesta aventura. Os professores olhavam para os relógios como que controlando o atraso do autocarro.

Estava tudo programado ao minuto e o almoço seria às 12.15 horas, na Escola EB 2/3 Escultor António F. Sá em Oliveira do Douro, junto a Gaia.

Notava-se que alguns sacos camas eram novinhos, comprados de propósito para este acantonamento, tal como algumas colchonetas.

"-Não há problema! Rentabilizam este material nos escuteiros no próximo ano!" - dizia um dos professores tentando incentivar os alunos do quarto ano a increverem-sa na sua secção...

O Presidente da Associação de Pais da Escola de Rossio ao Sul do Tejo, também ele escuteiro arrumava os sacos que levaria na sua carrinha, que serviria de apoio à actividade, como já é hábito quando anda de lenço ao peito.

Os pais amontoaram-se nos passeios para dizerem adeus aos seus distraídos, mas bastante animados, filhos.

Mas autocarro nem vê-lo. Bastou um telefonema para o Sr. Crespo para entender a irresponsabilidade da sua postura. Não sabia que a visita estava confirmada, nem o local nem a hora da saída.

O professor Américo, que acertara tudo com ele, em mais de uma dezena de contactos telefónicos viu o erro que tinha cometido: Com pessoas que não são de confiança só vale um contrato escrito e assinado porque já não têm palavra!

-Crespo nunca mais! - repetiam alguns dos mais calmos, enquantos outros já queriam ir à sua procura. Mas não valia a pena!

A Viagem teve início duas horas mais tarde num autocarro da Noventur de Entroncamento.

Para compensar a falta de lugares do autocarro o Clube Desportivo "os Patos" emprestou uma das suas carrinhas e a professora Teresa Mainha, a nossa "Elisabete Jacinto" conduziu-a.

Agora estamos parados na Área de Serviço de Pombal a almoçar e tudo voltou à tranquilidade habitual, com a certeza que por esta empresa "Crespo" de Ponte de Sor não voltará a ser afectada!

Até já!